O assédio sexual é sabidamente um dos grandes entraves para o ingresso e o desenvolvimento das mulheres no mundo do trabalho. Para dar contorno, dimensão e profundidade a este grave problema, a Think Eva e o LinkedIn se uniram, no início deste ano, para a realização da primeira pesquisa nacional sobre assédio sexual em ambientes profissionais on e offline.
Resultados em mãos, o inesperado aconteceu: o confinamento pelo novo Coronavírus transformou nossas vidas de repente e trouxe novas necessidades e debates urgentes. Do aumento exponencial da violência doméstica e sexual contra meninas e mulheres, passando pela perda de renda generalizada das trabalhadoras informais e enormes barreiras de acesso à saúde da mulher, as desigualdades de gênero nunca estiveram tão evidentes.
O assédio ultrapassou a barreira imposta pelo distanciamento social. Durante conversas e reuniões online, o crime continuou acontecendo.
Mas o assédio não deixou de existir. Com a migração do trabalho para o contexto online, o LinkedIn, que é a maior rede profissional do mundo, registrou um aumento de 55% no volume de conversas entre os usuários na plataforma de março de 2019 a março de 2020. Mais conversas, mais assédio.
As reuniões online se transformaram em uma realidade para os grupos mais privilegiados, cujos assediadores são encorajados pela sensação de proteção que a tela do computador lhes dá. Os homens, infelizmente, não se intimidam tão facilmente e seguem vitimizando mulheres profissionais em todo o país.
Falar sobre assédio nunca deixou de ser urgente, mas hoje recobramos seu sentido de prioridade. Os escritórios, as fábricas, as oficinas começam a se repovoar. Os ambientes digitais seguem sendo uma ferramenta essencial, mas que acaba favorecendo esta violência. Não há um melhor momento para se restabelecer esta conversa. Por isso, retomamos aqui nosso compromisso.
Uma reinvenção do mundo do trabalho está em curso agora e ele pode e deve ser livre de assédio. É este o mundo que sonhamos e que queremos construir. Convidamos vocês a virem conosco!
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Raiva. Nojo. Impotência. Medo. Humilhação. Esses são alguns dos sentimentos que as participantes da pesquisa “O ciclo do assédio sexual nos ambientes profissionais” disseram sentir por serem vítimas do assédio sexual no ambiente de trabalho. No início de 2020, a Think Eva entrevistou mulheres para esta pesquisa ao redor do Brasil e constatou que, para a maioria delas, o assunto é recorrente e um velho conhecido.
Com um índice de confiabilidade de 99%, o questionário online recebeu 414 respostas. Conscientes da diversidade brasileira -e de como alguns contextos podem tornar determinados grupos sociais mais ou menos suscetíveis a violências-, a mostra, que teve o recrutamento via Instituto Netquest, é representativa da população brasileira em relação à raça, região, idade e renda, considerando o público presente na internet.

Quase metade das mulheres entrevistadas já sofreu assédio sexual
O ambiente de trabalho foi o espaço em que 47,12% das participantes afirmam ter sido vítimas de assédio sexual em algum momento. Neste universo, a maioria são mulheres negras (52%) e mulheres que recebem entre dois e seis salários mínimos (49%). Além disso, o Norte (63%) e Centro-Oeste (55%) têm uma concentração de relatos superior às demais regiões.
Quando olhamos para os rendimentos individuais, identificamos que 30,2% têm uma remuneração variável entre 2 e 4 salários mínimos; 20,5% de 4 a 6; 20,2% de 1 a 2 salários mínimos. O perfil financeiro que menos aparece é de mulheres com salários mais altos. Apenas 8,1% das respondentes indicam ter um rendimento superior a 6 salários.
A pesquisa indica que o assédio sexual atinge as mulheres de maneira desigual. Negras (pretas e pardas) e mulheres com rendimentos menores são as principais vítimas.
52%
das vítimas são mulheres negras
63%
Região Norte reúne o maior número de casos
49%
têm renda entre dois e seis salários
Os dados econômicos são coerentes com o resultado de perfis profissionais que mais apareceram na pesquisa. A maioria afirmou ocupar cargos de assistente (32,5%), posição pleno ou sênior (18,6%), estagiária (18,1%) e posições júnior (13,4%). Mulheres em cargos de direção representam o menor número, com 2,4%.
E mesmo que o número de mulheres que ocupam posições hierárquicas mais altas sejam quantitativamente menores, o assédio não deixa de ser uma realidade. Entre as entrevistadas que declararam desempenhar a função de gerente, 60% afirmaram terem sido vítimas de assédio. No caso de diretoras, o número chegou a 55%.
Raça e classe como fatores agravantes
Diante deste contexto, olhar para o mercado de trabalho com uma lupa interseccional é fundamental para compreender a origem dessas violências. Historicamente, a população negra enfrenta os piores indicadores de empregabilidade no Brasil. A desigualdade social e de raça provoca uma maior suscetibilidade a trabalhos precarizados e, por consequência, à violação de direitos.
Segundo o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça, do IBGE, 32,9% das pessoas pretas e pardas estão abaixo da linha da pobreza. A população branca na mesma condição representa 15,4%. E quando o assunto é o trabalho informal, o número também é maior para as mulheres negras (47,8%) do que para mulheres brancas (34,7%).
O cruzamento de outros dados com o quesito racial também escancara outras disparidades. O Atlas da Violência lançado em 2020 mostrou que, em 2018, uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas, totalizando 4.519 vítimas. Dessas, 68% são mulheres negras.
Em outra vertente, o estudo ‘A cor da violência: Uma análise dos homicídios e violência sexual na última década’, desenvolvido com base nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS), aponta que, em 2017, mulheres negras sofreram 73% dos casos de violência sexual registrados no Brasil. Para as mulheres brancas o percentual é de 12,8%.
E é necessário ainda reconhecer que a hiperssexualização do corpo da mulher é, historicamente, um símbolo das narrativas que compõem a publicidade, filmes e novelas brasileiras. Portanto, a coisificação do corpo feminino faz parte do imaginário e da cultura nacional.
Este é mais um aspecto que atinge mulheres negras de forma particular, já que o corpo negro foi desumanizado, visto como reprodutor e objeto sexual por séculos, herança do nosso período escravocrata.
Partindo deste cenário, a pesquisa “O ciclo do assédio sexual nos ambientes profissionais” reconhece o racismo como um dos fatores que agravam a condição das mulheres negras. Por isso, combater o ciclo do assédio sexual no ambiente de trabalho também passa por considerar essas especificidades.
Estabelecer políticas que combatam o assédio precisa caminhar junto com a construção de organizações que vislumbrem um futuro antirracista, antissexista e mais igualitário para todas as mulheres.
Sabem o que é e falam sobre assédio, mas falta apoio para reagir
As mulheres estão cada vez mais vocais em relação à violência sexual. A pesquisa mostra que este é um assunto recorrente. Elas conhecem o tema e sabem do que se trata. Do total de entrevistadas, 51,4% disseram conversar frequentemente sobre isso e 95,3% afirmam saber o que é assédio sexual no ambiente de trabalho. Apenas 0,3% das mulheres ouvidas disseram não saber. A renda familiar tem uma influência neste aspecto. Quanto maior o rendimento, maior a frequência com que as discussões relativas a esta pauta acontecem.
47%
até 2 salários mínimos
54%
de 2 a 6 salários mínimos
60%
6 a 8+ salários mínimos
As mulheres que mais falam sobre assédio
- 54% das mulheres que são pardas e pretas, e 46% das mulheres que são brancas
- 57% das profissionais que desempenham funções em nível pleno ou sênior
- 67% das mulheres acima de 55 anos
- 68% das mulheres que declararam ocupar posições de gerência
Esse processo de conscientização das mulheres tem feito com que empresas e organizações busquem opções para a promoção de mudanças organizacionais estruturais. O relatório ‘Tendências Globais de Talentos 2019’, criado e publicado anualmente pelo LinkedIn, analisa perspectivas comportamentais, reúne estudos de casos e dicas de especialistas para inspirar e nortear empresas a caminharem para o futuro do trabalho.
Entre as recomendações de 2019, uma das quatro tendências que aparecem como fundamentais no mundo dos talentos é o desenvolvimento de políticas antiassédio e a necessidade de implementar ações para a construção de um ambiente de trabalho livre da violência sexual.
Mesmo assim, na atualidade, a identificação dos casos continua sendo um desafio. As participantes mostraram um entendimento mais literal sobre o que é ou não assédio. Neste âmbito, a associação tende a ser às violências mais explícitas, como a física, deixando de lado as mais sutis, como a verbal e a psicológica.
92%
solicitação de favores sexuais
91%
contato físico não solicitado
60%
abuso sexual
Portanto, ao mesmo tempo em que as mulheres conversam mais sobre o assunto, existe um desconhecimento sobre as melhores formas de identificar situações de assédio sexual. Esse contexto aparece quando 10% das entrevistadas dizem não saber se já passaram por algum episódio de assédio, assim como outros 10% não sabem identificar situações correlatas em seus ambientes de trabalho.

Ao mesmo tempo, nos casos em que a mulher reconhece ter sido vítima de um caso de assédio, existe uma distorção entre a identificação e a reação. Os principais sentimentos que as vítimas relatam são raiva, nojo, medo, impotência, vergonha, humilhação e culpa. Em 15% dos casos, sentem-se confusas e em dúvida. E 10% acham que a culpa pela violência é delas.
O sentimento de insegurança é 11 pontos percentuais maior entre classes econômicas mais baixas
Aqui, a intersecção de classe e raça volta a trazer aspectos específicos para as mulheres negras e mais pobres. A sensação de insegurança é maior entre mulheres com renda de até 2 salários mínimos (50,8%). Este mesmo grupo, assim como as participantes pretas e pardas (54%), também são maioria em afirmar que sentem vergonha por serem vítimas de assédio sexual. O índice chega a ser 10 pontos percentuais superior à média de mulheres com outros perfis.

51%
A sensação de insegurança é maior entre mulheres com renda de até 2 salários mínimos
54%
Participantes pretas e pardas também são maioria em afirmar que sentem vergonha por serem vítimas de assédio sexual
A perda da autoconfiança é outra consequência relatada com frequência, assim como um impacto negativo na performance profissional, a sensação de que seriam culpabilizadas pelo que aconteceu ou de que provocaram o episódio. Em todos esses casos, mulheres com um rendimento financeiro menor lideram os percentuais. Este cenário evidencia como o ciclo do assédio sexual no ambiente de trabalho traz impactos emocionais e profissionais profundos para a vítima.
25%
‘Eu provoquei’
Mulheres de até 2 salários mínimos (25,4%) +9,3% pontos percentuais
56%
‘Colocariam a culpa em mim’
Mulheres de até 2 salários mínimos (55,6%) +14,3% p.p.
Performance profissional afetada pelo assédio
25%
Mulheres de até 2 salários mínimos +11 p.p.
Perda de autoconfiança
34%
Mulheres pretas e pardas + 4 p.p.
Perda de autoconfiança
44%
Mulheres de até 2 salários mínimos +14 p.p
No Brasil, as mulheres têm o menor índice de ocupação. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua) do quatro trimestre de 2018 mostraram que, embora representem 52,4% da população em idade de trabalhar, mulheres correspondiam a 45,6% da população empregada, enquanto os homens, 64,3%.
Uma das constatações da pesquisa é que enquanto o agressor sai impune, a vítima é a única que sofre as consequências
Após o período de pandemia, este cenário só agravou. Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indicou que a participação das mulheres no mercado de trabalho é a menor em 30 anos.

Portanto, o risco de perder o posto de trabalho e enfrentar o desemprego por mais tempo é mais eminente para mulheres. E o contexto de desigualdade social pode trazer impactos estruturais muito graves para grupos sociais mais vulnerabilizados.
Além disso, as participantes afirmam terem sentimentos como cansaço (31,7%) e falta de confiança em si e nos outros (30,3%). Sintomas de ansiedade e depressão também são comuns e aparecem em quarto lugar no ranking.
35%
32%
30%
28%
23%
22%
Poucas corporações encaram, solucionam e amparam as vítimas de uma forma transparente e comprometida. Apenas 5% das mulheres recorrem ao RH da empresa onde trabalham. Mudar este caminho é o maior desafio para evitar que mais profissionais afastem-se dos seus objetivos.
Para 78,4% das respondentes, a impunidade é a maior barreira para a denúncia, seguida de políticas ineficientes (63,8%) e medo (63,8%). A sensação de impotência faz com que o silêncio e a solidão sejam os resultados mais recorrentes. Metade delas prefere dividir o ocorrido apenas com pessoas próximas; 33% não fazem nada e 14,7% optam pela demissão.
50%
33%
15%
14%
8%
5%
4%
3%
Apenas 15% das participantes que presenciaram uma situação de violência afirmaram ter auxiliado diretamente a vítima. Ainda, 10% não fizeram nada e apenas 4,3% disse ter avisado o departamento de Recursos Humanos.
Frequentemente, a responsabilidade recai sobre a mulher, assim como a necessidade de arcar com as consequências deste ciclo, como o desenvolvimento de doenças mentais, por exemplo. Enquanto isso, o comum é que o agressor mantenha seu emprego, sua rede de relacionamentos e a carreira intactos.
Neste contexto, a falta de políticas organizacionais que respondam de forma mais resolutiva e apropriada para as vítimas endossa a perpetuação dos casos de assédio. As participantes relataram que a maior barreira para a denúncia é a impunidade: 78,4% delas acreditam que nada de fato acontecerá caso denunciem o crime dentro das corporações em que trabalham.
Além disso, 63,8% afirmam que há um ciclo de descaso e que as pessoas diminuem os casos de assédio sexual. Com um percentual exatamente igual, outro fator que faz com que as mulheres evitem denunciar é o medo de serem expostas.
78%
64%
64%
60%
60%
41%
27%
16%
Hoje, o nível de solução se encontra apenas sob responsabilidade da própria vítima. E isso acaba por gerar um ciclo de adoecimento que, por vezes, pode resultar no afastamento das mulheres de suas carreiras profissionais.
O LinkedIn e a Think Eva acreditam que é possível quebrar este ciclo e construir um ambiente seguro para as mulheres. Para isso, é fundamental criar mecanismos e estratégias para não apenas ouvir e encaminhar as denúncias, mas acolher a vítima e agir para evitar a sistemática repetição do crime de assédio sexual.
Além da amostragem colhida pela parceria com o Instituto Netquest, com um total de 418 respondentes, o LinkedIn também aplicou um questionário feito dentro da própria plataforma. No total, 1600 pessoas participaram da pesquisa. Neste caso, o foco era analisar como as usuárias são atingidas por casos de assédio sexual nas redes sociais.
O LinkedIn é a rede mais utilizada com fins profissionais. Segundo as participantes, 69,3% preferem este recurso, seguido do Whatsapp (60,4%), que é mais comum entre pessoas com rendimentos financeiros mais baixos. O Facebook aparece logo em seguida (41, 2%) e o Instagram está na quarta posição (36,7%).
Com relação ao espaço virtual com maior suscetibilidade ao assédio, o LinkedIn aparece na última posição. Numa escala de vulnerabilidade de 1 a 5, sendo 5 mais vulnerável e 1 menos, o LinkedIn recebeu uma nota média de 2,32. As redes com maior possibilidade de sofrer assédio sexual, segundo as participantes, são o Facebook (4,13), Instagram (4,12), Whatsapp (4,08) e Twitter (3,29). O fato do LinkedIn ser a rede em que as pessoas se sentem menos vulneráveis pode estar relacionado ao fato desse ser um espaço mais ligado ao ambiente profissional e, por isso, estar associado a um comportamento que carrega estes valores.
4,13
4,12
4,08
3,29
2,32
61%
27%
23%
21%
16%
11%
Reações ao assédio
55%
46%
32%
18%
16%
14%
Reações ao assédio
41%
36%
9%
9%
5%
Desenvolvimento de Ações Preventivas
Ações de conscientização sobre assédio na plataforma, tanto para assediadores quanto para possíveis vítimas
- “Informar às pessoas o que elas devem fazer”
- “Conscientização e estatísticas dos casos”
- “Plataforma educacional”
Ouvidoria Especializada
Ouvidoria especializada em casos de assédio para atendimento de vítimas
- “Uma apuração de denúncias efetiva, e sendo feita por colaboradores treinados para tal”
- “Ouvidoria especializada”
Monitoramento Constante
Monitoramento constante de publicações na plataforma para garantia de um ambiente saudável
- “Monitoramento das redes e de perfis já denunciados”
Processo Transparente
Processo de denúncia fácil e transparente, com acesso à resolução do problema
- “Uma denúncia de forma consistente, onde eu possa explicar o motivo da denúncia e o acompanhamento do caso e um retorno do que foi feito por parte do LinkedIn”
Os feedbacks levantados neste estudo deram início a uma série de iniciativas e projetos do LinkedIn para proteger ainda mais suas usuárias contra o assédio. Entre as iniciativas, a empresa fortaleceu suas Políticas da Comunidade Profissional para casos de condutas inadequadas de assédio, agressão ou antiprofissionalismo, além da implementação de modelos de inteligência artificial para detectar possíveis abusos nas mensagens privadas. Agora, antes mesmo das destinatárias as receberem, a rede oculta conteúdos abusivos e oferece à usuária a possibilidade de revelar, visualizar e, opcionalmente, fazer a denúncia. Outras ações incluem a implementação de novo ciclo de feedbacks para as usuárias que denunciam conteúdo impróprio, informando-as sobre as medidas que foram tomadas em relação a sua denúncia, além da criação de campanhas educacionais recorrentes, como é o caso deste projeto.
Diante deste cenário, a pesquisa constata que, apesar do assunto ganhar cada vez mais espaço na sociedade, os mecanismos sociais favorecem a impunidade e geram a sensação de isolamento das vítimas. Durante a jornada traçada durante a coleta de resposta, ficou evidente que as únicas pessoas que na atualidade são responsabilizadas pelo assédio sexual são as próprias vítimas.
Enquanto o debate público acontece, o mundo do trabalho, seja on ou offline, apenas reproduz o status quo. Entre a lista de prejuízos estão os prejuízos emocionais, profissionais, institucionais e sociais. Enquanto o agressor sai impune, a vítima é a única que sofre as consequências.

Isoladas e sem amparo nas corporações, o ciclo do assédio sexual faz com que o mundo do trabalho perca seus talentos, além de limitar e até impedir a continuação de suas carreiras. Por isso, a mudança dessa estrutura é urgente e fundamental, tanto para que os agressores sejam responsabilizados pelo crime de assédio sexual, quanto para que profissionais mulheres sintam-se cada vez mais encorajadas a reagirem em caso de violência.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentados na Pnad Contínua 2019, o número de mulheres responsáveis por seus lares subiu pelo terceiro ano consecutivo. O mundo do trabalho é também das mulheres e elas vieram para ficar.
Assédio NÃO É
Brincadeira
Cultura Brasileira
Interesse
Elogio
Sedução
Coisa boa
Parte de ser homem
Parte de ser mulher
Assédio É
Medo
Exercício de poder
Trauma
Intimidação
Crime
Limitador
Violência
Humilhação
A construção de um ambiente profissional livre de assédio é urgente e as próprias mulheres sugerem que as empresas:
Adotem um posicionamento oficial e público
Desenvolvam ações preventivas
Criem uma ouvidoria especializada para acolhimento das vítimas
Façam um monitoramento constante para avaliação das políticas e práticas
Adotem um processo de denúncia seguro e transparente
Elaborem um protocolo de encaminhamento dos casos com a punição do agressor
Qual será seu próximo passo a partir daqui?